A Fórmula 1 dos anos 80 e 90 atraia os brasileiros por vários e diversos motivos, dentre eles a grande competitividade e a boa representação do Brasil nas corridas, com Nelson Piquet e Ayrton Senna. Naquela época era mais disputa, emoção e esportividade. A Fórmula 1 de hoje é muito mais monótona, desinteressante e política. A causa disso é o grande interesse dos dirigentes da categoria apenas nos lucros financeiros, e o esporte mesmo e a audiência ficam em segundo plano.
A temporada de 2015 se caminha para mais uma disputa entre os pilotos da equipe Mercedes: Lewis Hamilton e Nico Rosberg com a presença secundária de Sebastian Vettel, visto que a Mercedes ainda tem um carro muito superior a qualquer outro. Nas últimas corridas foi notável uma ascensão da equipe Lotus, com bons desempenhos de Romain Grosjean, ao passo que a equipe Williams não consegue manter o mesmo desempenho da temporada passada, já que agora a Ferrari e Lotus se fortaleceram e estão mais ao nível da Williams. Considerada por muitos fãs e jornalistas, as duas maiores decepções da temporada são os desempenhos muito abaixo do esperado das equipes Red Bull e McLaren, que até pouco tempo eram as grandes equipes da Fórmula 1. Para 2016 as equipes deveriam se fortalecer e a categoria começar a mudar a partir do regulamento.
A Mercedes deveria apenas manter seu bom desempenho, logicamente. Mas a grande rivalidade entre Rosberg e Hamilton dividiu a equipe. Isso já aconteceu na McLaren de Senna e Prost e o resultado não foi dos melhores. A qualquer momento a disputa interna poderá ficar maior que a disputa do campeonato com um todo, o que pode arruinar a Mercedes.
A Ferrari apresentou uma grande evolução desde a temporada passada, quando o chefe da equipe Stefano Domenicali deixou o comando. Domenicali pode ser visto como o grande problema da Ferrari ao longo destes anos, já que a Ferrari sob o comando e projeto de Jean Todt (chefe da Ferrari antes de Domenicali) e a Ferrari de Maurizio Arrivabene (atual dirigente da escuderia italiana) provaram que eram boas o suficiente para disputar corridas e até campeonatos. Era Alonso o grande diferencial da Ferrari e levava o carro além dos limites para conseguir bons resultados. Para 2016, o time italiano deve pensar em outro piloto, já que Kimi Räikkönen deixará a categoria ao final do ano. Valtteri Bottas seria a melhor opção até o momento.
A Williams pode ter um futuro complicado. Felipe Massa não consegue acompanhar o desempenho de seu companheiro de equipe, Valtteri Bottas, e seu desempenho já é criticado há algum tempo por alguns fãs e jornalistas. Para complicar mais a situação da equipe inglesa, esta pode ser a última temporada de Bottas na equipe. A Williams terá que repensar sua dupla de pilotos para 2016 e evoluir mais o carro na parte aerodinâmica.
Red Bull era a equipe que dominava a Fórmula 1 há apenas dois anos atrás. Com uma assustadora queda de desempenho a equipe austríaca, o mago projetista, como é conhecido Adrian Newey, terá que evoluir o carro na parte aerodinâmica e o motor Renault também deverá evoluir. Não se pode afirmar que os pilotos da equipe estão em má fase e são culpados pelo desempenho abaixo do esperado pois o carro também deixou a desejar. Sem contrato com um segundo piloto para 2016, a equipe ainda terá que procurar um piloto para preencher esta vaga. Uma renovação de contrato com Daniil Kvyat poderia ser útil.
Force Índia sempre foi uma equipe de constante ascensão desde que ingressou na categoria, em 2008. O carro é muito veloz ainda que equipado com o motor Mercedes, mas é outra equipe que precisa de um carro mais aerodinâmico. Nico Hülkenberg já provou seu talento, por isso não seria surpresa se recebesse uma proposta da Williams, Red Bull ou até mesmo da Ferrari. Logo a Force Índia deve pensar em outro piloto. Ambos os pilotos da equipe Sauber poderiam ser interessantes para a equipe, mas a equipe ainda pode se esforçar para manter Hülkenberg na equipe.
Houve uma notável queda de rendimento da tradicional Lotus, após a saída de Räikkönen da equipe, em 2013. Contudo, a equipe está recuperando o bom desempenho ao longo desta temporada, com uma notável evolução do carro, que vem sendo convertido em bons resultados, principalmente para Romain Grosjean. A baixa da equipe é o mau desempenho de Pastor Maldonado, que ainda precisa provar seu talento, já que abandonou nas seis primeiras provas do campeonato. A dupla de pilotos será mantida para 2016, mas o carro ainda precisa evoluir muito para chegar ao nível da Mercedes e, assim, disputar por pódios e vitórias.
Acreditava-se em uma maior evolução da Sauber por uma boa primeira aparição na Austrália, mas o baixo orçamento pesou e a equipe não conseguiu evoluir mais o carro ao longo da temporada. A aposta em jovens pilotos foi boa e a equipe conseguiu pontuar, o que não conseguiu em 2014. A aposta no motor Ferrari também deu resultados, mas a equipe ainda precisa de um orçamento maior para evoluir mais o carro para 2016.
Outra equipe que apostou em jovens pilotos foi a Toro Rosso, que é a equipe de base da Red Bull. Portanto a sua função é apenas revelar pilotos, para a Red Bull. Mas a Red Bull deveria investir mais na Toro Rosso para os pilotos estreantes terem mais condições de duelar com veteranos e disputar pódios ou vitórias. Max Verstappen e Carlos Sainz Jr. mostraram ser muito arrojados e velozes, mas ainda cometem erros de principiantes. Seria interessante para a equipe manter a dupla de pilotos e lhes dar a oportunidade de adquirir experiência, fundamental para o bom desempenho na Fórmula 1.
A surpresa negativa da temporada é a McLaren. A aposta no motor Honda foi frustrante para esta temporada. A equipe deve evoluir para a próxima temporada, mas ainda terá muito o que melhorar para chegar ao nível da Mercedes. É desanimador para a equipe e frustrante para os fãs ver uma equipe tão tradicional quanto a McLaren e uma dupla de pilotos campeã mundial disputarem os últimos lugares do grid. A dupla de pilotos será mantida, mas fica a expectativa.
Desanimador é também o desempenho da Manor, que ainda não conseguiu disputar boas posições no seu sexto ano na categoria. O baixíssimo orçamento não permite que a equipe inglesa tenha um carro a par de disputar posições com outras escuderias e a ameaça de deixar a Fórmula 1 aumenta a cada ano. Bernie Ecclestone, o dirigente da Fórmula 1 poderia incentivar mais as equipes como a Manor para que possam ter um bom desempenho, pois não há muito o que fazer para a escuderia.
Gene Haas é o dono de uma excelente equipe na NASCAR, e resolveu investir na Fórmula 1 com a entrada da equipe Haas. O receio da maioria dos fãs e jornalistas é que a nova equipe repita o desempenho da Manor, Caterham e HRT, que não conseguiram chegar ao nível das demais equipes. A dupla de pilotos ainda não está definida, mas o investimento deve ser grande, mas pode ser outra equipe que dependerá de mais incentivo da Fórmula 1.
Esse incentivo financeiro pode ser adquirido com uma mudança da premiação do Campeonato de Construtores e uma redução do orçamento final das equipes, definido pelo regulamento, que deve ser alterado para que haja maior competitividade. A volta do reabastecimento durante as corridas, a livre escolha dos compostos de pneus, uma alteração nos carros como a retirada de alguns aparelhos tecnológicos e uma mudança no sistema de pontuação certamente melhorariam a categoria. Bernie Ecclestone é o principal responsável por essas mudanças. Depende apenas de você, Bernie!
Guilherme Jamil
Realmente, se os carros não forem mais "iguais" deixando a diferença pra ser resolvida no braço do piloto, na pista, vai ser difícil de acompanhar a F1. As corridas tem sido monótonas, com domínio de apenas uma equipe e com poucas ultrapassagens.
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