sexta-feira, 30 de maio de 2014

Schumacher - Ídolo eterno

O maior campeão da Fórmula 1 e ídolo de muitos telespectadores da categoria completa hoje 5 meses em coma, após sofrer um acidente de ski. Mas quem é Schumacher? O que ele fez de importante? O que ele fazia?
Após cinco meses em coma, fiz um texto sobre ele. Para mim, ele é a minha maior influencia, e foi a minha maior influência como exemplo de piloto da Fórmula 1.


Cresci vendo Michael Schumacher na Fórmula 1, em seu auge, na época de seu pentacampeonato pela Ferrari. Enquanto correu, o acompanhei, em todas as manhãs de domingo, onde seu espetáculo vinha a aparecer. Schumacher era um piloto que tinha excelente percepção à todos os elementos da corrida. Sua esperteza o ajudava a saber exatamente o que fazer. Schumacher também tem caráter. A fama de "Dick Vigarista" o persegue, contudo, seu caráter é outro. É o caráter de um piloto que já doou dezenas de milhões de dólares para a caridade. É também embaixador da UNESCO e procura incentivar o esporte infantil.
Sua carreira começou cedo.
Aos quatro anos, Schumacher ganhou seu primeiro kart, movido a um motor de uma moto abandonada à beira de um rio. Com essa gambiarra, Schumacher começou a escrever sua história no automobilismo. Porém, o sonho de Schummy era tornar-se um jogador de futebol. Aos 5 anos, Schumacher ganhou seu primeiro kart com peças originais, entretanto, usado. E Schumacher continuou no kart vencendo corridas e disputando campeonatos até os 19 anos. Neste período, venceu o campeonato alemão e o campeonato europeu de kart. Assim que saiu da escola começou a trabalhar de mecânico. Aos 19 anos, disputou a Fórmula Ford alemã e a Fórmula König (também de protótipos alemães), vencendo a Fórmula König. Aos 20, disputou e venceu a Fórmula 3 alemã, e, no ano seguinte, disputou a Fórmula 3 européia, vencendo o campeonato e a corrida mais famosa, o GP de Macau. Aos 22 anos, Schumacher se juntou à Mercedes e a mais dois futuros pilotos de Fórmula 1 alemães: Heinz-Harald Frentzen e Karl Wendlinger, participando do programa de protótipos esportivos da equipe, tendo o ex-piloto alemão Jochen Mass como seu instrutor. Participou, então, do campeonato e disputou as 24 horas de Le Mans de 1991.
Após Bertrand Gachot (na época, piloto da Jordan, na Fórmula 1) ter sido preso, Schumacher foi substituí-lo no GP da Bélgica. Bastou apenas este Grande Prêmio para que fosse contratado pela Benetton, mesmo abandonando a prova na primeira volta. Portanto, correu o resto da temporada com a Benetton, somando 4 pontos e chagando à frente de Nelson Piquet em seu melhor resultado da temporada (5º lugar na Itália). Em 1992, fez sua primeira te porrada completa. Fez boas atuações e começou a aparecer para a Fórmula 1.
Em 1992 e em 1993, permanecia o domínio da Williams na Fórmula 1, porém, Schumacher, com sua Benetton, ainda conseguiu se destacar na Fórmula 1. Em 1992, Schumacher ainda vencera sua primeira corrida, na Bélgica, no mesmo palco de sua estreia, um ano antes. Neste ano, ele terminou o campeonato em terceiro, à frente de Ayrton Senna e apenas três pontos atrás de Riccardo Patrese, o vice-campeão daquele ano. No ano seguinte, Schumacher venceu mais uma corrida, porém, a hegemonia da Williams continuava, e, então, mais uma vez, ficou sem chances para disputar o título. Entretanto, terminou o campeonato em quarto, atrás apenas das duas Williams de Alain Prost e Damon Hill, e de Ayrton Senna. Em 1994, o melhor carro era o seu, mas Ayrton, mesmo com um carro muito ruim, fez as três pole positions nas três primeiras corridas, mas o vencedor nas três foi Schumacher. Ayrton abandonara normalmente as duas primeiras provas, até que em San Marino, Schumacher viu seu ídolo morrer em sua frente. Mas Schumacher seguiu em frente, e tentou amenizar o impacto que a morte de Ayrton causara na Fórmula 1. Muitas polêmicas o envolveu naquele ano, como a retirada de uma válvula do tanque de combustível, que permitia a chegada de impurezas no tanque, mas o fazia ser, cerca de um segundo, mais rápido que os demais no pit-stop. E, no GP da Inglaterra, Schumacher recebeu uma punição de stop and go , mas a pedido da equipe, não o cumpriu. Mais tarde, Schumacher foi julgado e tomou duas corridas de suspensão. Contudo, chegou à última corrida apenas um ponto à frente de Damon Hill, e, na corrida, uma batida entre os dois, deu o primeiro título ao alemão, após uma temporada incrível, com oito vitórias em apenas quatorze corridas disputadas, duas a menos que seu rival Damon Hill, devido à sua suspensão. No ano seguinte, a Benetton continuou com um excelente carro, e Schmmy venceu nova das dezessete corridas da temporada e venceu o campeonato com 33 pontos de frente, em relação à Hill, novamente. A Ferrari, então completava dezesseis anos que não vencia um campeonato. Com uma difícil missão pela frente, Schumacher topou o desafio e se moveu para a Ferrari (que é sonho de muitos pilotos).
 

A princípio, os ferraristas foram contra a vinda de Schumaher, porém, ele foi conquistando a confiança dos torcedores aos poucos. Em Barcelona, Schumacher conseguiu sua primeira vitória com a Ferrari. Mas não foi uma vitória qualquer. Após péssima largada e sob forte chuva, Schumacher teve problemas em seu motor e dois de seus dez cilindros pararam de funcionar. Mesmo assim, Schumacher continuou andando quatro segundos mais rápidos que seus adversários por volta, e venceu. Mesmo com um carro muito deficiente, como nas entradas de ar, e no motor, Schumacher seguiu vencendo corridas, mas perdeu o título para Hill naquele ano, para desespero dos ferraristas. No ano seguinte, a temporada ficou mais equilibrada, com quatro equipes diferentes vencendo corridas e Jordan, Prost e Stewart figurando entre os primeiros. O maior adversário de Schumacher naquele ano, seria Villeneuve, e o campeonato seria deicidido na última corrida, e Schumacher um ponto na frente, novamente. Mas Schumacher causara um acidente de novo, com seu adversário, igual à 1994. Contudo, desta vez, a FIA não deixou passar, e desclassificou Schumacher do campeonato. No ano seguinte, um de seus maiores rivais na Fórmula 3, Mika Hakkinen, disputou pelos três anos seguinte o campeonato com Schumacher. O melhor carro nos três anos foi o da McLaren de Hakkinen. Em 1998, o domínio da McLaren foi avassalador, vencendo 5 das 6 primeiras corridas, sendo 4 com Hakkinen. Mas Schumacher reagiu e venceu as três seguintes etapas. E, mais uma vez, a disputa seguiu até a última corrida. Em 1994 a decisão foi na Austrália, no circuito de Adelaide. Em 1997, foi em Jerez de La Fontera, na Espanha. Este ano, a decisão seria em outro palco. O palco onde Ayrton havia triunfado várias vezes, e onde já havia decidido inúmeros campeonatos. Neste ano, a decisão voltava para Suzuka, no Japão. Schumacher fez a pole position, mas como já havia acontecido com ele em 1996, o seu motor apagou na volta de apresentação e Schumacher foi forçado a largar de último. Recuperou-se bem e chegou a andar em terceiro, quando seu pneu furou e Schumacher foi forçado a abandonar, dando o título à Hakkinen. No ano seguinte, a Ferrari completava 20 anos sem um campeonato sequer. Neste ano, porém Schumacher bateu forte na Inglaterra e quebrou a perna, sem a menor chance de disputar o título. A disputa ficou entre seu companheiro de equipe Eddie Irvine e Mika Hakkinen. Irvine chegou à última etapa do campeonato quatro pontos à frente de Hakkinen. Mas largou mal, terminou em terceiro e Hakkinen venceu a corrida e o campeonato. Em 2000, a Ferrari se reestruturou com a chegada de Rubens Barrichello e Schumacher conseguiu um domínio triunfante, ao vencer nove corridas novamente e vencer o campeonato com folga, 19 pontos à frente de Hakkinen. Então, a Ferrari venceu seu primeiro título em 21 anos. A partir do ano seguinte até 2004, Schumacher dominou de forma assombrante, quebrando recordes e vencendo o campeonato de 2001 pouco depois da metade do campeonato, conquistando nove vitórias, porém, venceu o campeonato com 58 pontos de frente e 14 pódios em 17 corridas. Em 2002 Schumacher fez 144 pontos (outro recorde, até então). Venceu 11 corridas terminou o campeonato 67 pontos à frente do segundo colocado (Rubens Barrichello). Em 2003, Schumacher começou a ter os carros da Williams como adversários: Juan Pablo Montoya e Kimi Räikkönen. A três corridas do fim da temporada, Schumacher estava com 72 pontos, Montoya em segundo com 71 e Räikkönen em terceiro com 70. Schumacher venceu as duas corridas seguintes e bastava chegar em oitavo para ser campeão, e chegou por ali mesmo. Hexacampeão, Schumacher ainda queria mais. Na temporada seguinte, Schumacher quebrou seu recorde, fazendo 148 pontos, e quebrou o recorde, até então. Em 18 corridas, consegiu 15 pódios, sendo 13 vitórias, dois segundos lugares; um abandono, um sétimo e um décimo segundo lugar. E o maior recorde: 7 títulos. Em 2005, seu império acabou. Feranando Alonso, da Renault e Kimi Räikkönen da McLaren tinham carros muito superiores e disputaram o campeonato entre si, com Alonso levando a melhor e Schumacher em terceiro, com apenas uma vitória. No ano seguinte, anunciou sua aposentadoria. Mas Alonso saiu na frente, mas a disputa esse ano, era com Schumacher, que a duas corridas do fim da temporada, venceu na China e igualou em número de pontos e, como tinha mais vitórias, foi à frente no campeonato. Mas abandonou na corrida seguinte, no Japão, enquanto liderava, e deixou o caminho livre para Alonso vencer e abrir vantagem suficiente para vencer o campeonato no Brasil. Nesta corrida, Schumacher fez história, ao largar de décimo, ter o pneu furado por duas vezes e chegar em quarto, após quase tomar uma volta de Massa. Ao fim da temporada, se aposentou.


Mas, com saudades, voltou a correr em 2010 pela equipe Mercedes. Com aparições bem discretas e apenas um pódio, Schumacher estava apenas se divertindo e aposentou em 2012, com 307 Grandes Prêmios disputados.
Desta maneira, Schumacher encantou a muitos na Fórmula 1. Serviu de influência para muitos jovens que começaram a acompanhar a Fórmula 1 e o viram correr.
Schumacher gosta de muitos esportes, inclusive se esqui. Chegou a jogar pela terceira divisão da Suíça, pelo Echichens. Mas em 2013, teve um sério acidente de esqui e teve um traumatismo craniano. Vêm se recuperando, mas permanece em coma. Boa recuperação para ele. Espero que retorne à Fórmula 1. Certamente, não voltará como piloto, pois já fez sua história.


Mas sua presença torna a Fórmula 1 mais alegre.


Guilherme Jamil

Um comentário:

  1. Pudemos ver de perto esse mito no fantástico GP Brasil de 2006, quando ele deu seu show particular. uma carreira fantástica.

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