A cidade de Baku foi o palco do espetáculo automobilístico do último domingo (25). Incidentes, imprevistos, disputa e arrojo resultaram no GP mais marcante do ano até agora, e com certeza entrou para a história.
Um circuito muito técnico e desafiador como o de Baku proporcionou com que equipes promovessem ajustes agressivos em seus carros e que os pilotos os levassem ao extremo, literalmente "ralando o muro". Como era de se esperar, muito acidentes ocorreram, sendo dois deles entre companheiros de equipe , e os quatro favoritos à vitória (Hamilton, Bottas, Räikkönen e Vettel) tiveram que lidar com adversidades.
Realmente foi vistoso o fato de que os acidentes e incidentes que envolveram 12 pilotos ao todo mudaram completamente o panorama da corrida e houve uma disputa intensa por posições e uma grande interrogação para o vitorioso. Os favoritos que se acidentaram vinham com a "faca nos dentes" e, com incríveis recuperações protagonizaram as disputas que se estenderam até os últimos metros. Ricciardo leva a Red Bull ao topo do pódio pela primeira vez no ano, Stroll e Magnussen se destacaram e chegaram em 3º e 7º, e Bottas (2º), Vettel (4º), Hamilton (5º) e Ocon (6º) chamaram bastante a atenção para a recuperação que tiveram durante a corrida.
Fica agora, a curiosidade a respeito das consequências de tantos incidentes: incidentes entre companheiros de equipe, inconfiabilidade dos motores Renault e Honda, o embate direto entre Vettel e Hamilton e o acidente entre os dois e os primeiros pontos da McLaren e de Fernando Alonso.
O clima na Toro Rosso e na Force Índia não era dos melhores, já que Daniil Kvyat se descontenta com a preferência dada a Carlos Sainz e os dois pilotos da equipe indiana protagonizaram uma disputa eletrizante na corrida anterior, e motivou a competição interna. Kvyat fazendo com que Sainz rodasse ao desviar de seu companheiro e Ocon e Pérez se acidentando em uma disputa por posições vai dar muito trabalho aos diretores das equipes para acalmar os ânimos e reestabelecer a ordem. No caso da equipe indiana, era iminente uma disputa mais acirrada entre dois pilotos arrojados e competentes, e houve apenas um acidente de corrida (Ocon não deu espeço suficiente a Pérez, ao ultrapassá-lo, contudo o francês tinha uma péssima visão lateral, ao contrário de seu companheiro). Na Toro Rosso a situação é mais complicada, uma vez que ambos os pilotos carecem de resultados melhores e Kvyat pode perder sua vaga na equipe, dada tal situação interna da STR.
Alonso supera as adversidades e o problema com o motor Honda por pelo menos uma corrida e finalmente conquista seus dois primeiros pontos na temporada. Bastante estranho ver a McLaren comemorando tal resultado, em contraste com os que conseguia há pouco tempo. Já Verstappen não teve a mesma sorte do espanhol e o estouro de seu motor Renault reforça a discrepância de desempenho dos motores Ferrari e Mercedes para os demais.
Já Vettel e Hamilton apenas se desentenderam na pista, apesar da agressividade do alemão. Hamilton, malandro, vinha bem lentamente logo antes da relargada, o que resultou na batida por trás de Vettel (que não esperava tal atititude) em sua Mercedes. O descontentamento do ferrarista e sua consequente reação passaram longe da moralidade, mas toda a repercussão e investigação sobre o contato entre os dois é bem desagradável.
Com tantos imprevistos e a competição que deseja-se ver, Baku fica bem marcada na memória de muitos fãs, inclusive na minha.
Guilherme Jamil