segunda-feira, 16 de março de 2015

"Prontos para a largada e... bandeira verde" - NASCAR

No mundo do automobilismo vejo uma enorme queda de audiência por parte dos brasileiros. Isso se deve à falta de competitividade das maiores categorias do automobilismo. Não é o que ocorre na NASCAR.

A bandeira verde foi acionada com muita expectativa e emoção para fans e pilotos. A temporada de 2015 começou muito disputada, seguindo suas características competitivas. Após 4 corridas a disputa é muito grande pela liderança do campeonato e pela vitória de qualquer uma das 26 primeiras corridas, que garantem a participação de um piloto no Chase (fase final do campeonato). Ao longo dessas 4 corridas, o que vimos foi uma extrema competitividade e disputa por pilotos que protagonizaram a NASCAR no ano passado. Kevin Harvick, Dale Earnhardt Jr., Joey Logano e Jimmie Johnson começaram o campeonato muito bem e irão tentar repetir (ou melhorar) o ótimo desempenho que tiveram no ano passado. As duas maiores supresas positivas até agora são Martin Truex Jr. e A.J. Allmendinger que fizeram 4 boas e consistentes provas até agora e se encontram em 3º e 5º no campeonato, respectivamente. Os pontos negativos até agora foram os irmãos Busch e Tony Stewart. Kurt Busch, após se envolver em um escândalo doméstico com sua então namorada Patricia Driscoll, foi punido pela NASCAR e ficou de fora das 3 primeiras etapas de temporada. Apesar disso, seu retorno foi muito bom e o 5º lugar conquistado em Phoenix pode realçar suas chances de disputar o Chase. Seu irmão, Kyle Busch, sofreu um grave acidente em uma etapa da categoria Xfinity (categoria menor da NASCAR) um dia antes de sua participação da Daytona 500 e fraturou a perna e o pé e está fora das pistas por tempo indeterminado. Como já perdeu várias etapas e ainda deve perder muitas outras, suas chances de classificação para o Chase são muito baixas. Tony Stewart, apesar de ter figurado entre os 10 primeiros em algum momento da prova em Daytona e em Phoenix, não foi muito convincente e somou, até agora, apenas 32 pontos.

A corrida de Daytona foi uma corrida com poucas trocas de liderança, considerando-se que se trata de um Superspeedway (oval com 2 milhas ou mais, onde os carros têm uma tendência a se aproximarem). Apesar disso, a prova foi muito competitiva e disputada. Jeff Gordon largou na pole e permaneceu na ponta até um pouco mais da metade da corrida. Jimmie Johnson e Dale Earnhardt Jr. lideraram em alguns momentos até que Joey Logano, entre várias bandeiras amarelas no final, disputou a liderança com Johnson e Dale Jr. além de Kevin Harvick e Denny Hamlin que figuraram entre os primeiros mais no final da corrida. Após uma prorrogação causada pelo estouro do motor de Justin Allgaier, Joey Logano relargou bem e foi tranquilo para a vitória, quando a bandeira amarela foi acionada na última volta devido a um "Big One" (acidente onde 10 ou mais carros ficam envolvidos) e decretou sua vitória com Harvick em segundo, Dale Jr. em 3º, Hamlin em 4º e Johnson fechando o grupo dos 5 primeiros.


Em Atlanta Joey Logano largou na ponta e liderou em torno de 87 voltas, quando foi superado por Harvick que dominou a corrida até perto da volta 200. A partir desse ponto da prova, Jimmie Johnson, que havia se qualificado em 37º passou a duelar com Harvick e Dale Jr. pela liderança da prova. Em torno de 300 voltas completadas Harvick e Johnson se distanciaram dos demais e duelaram até o final com Johnson se prevalecendo sobre Harvick e Dale Jr. chegando em 3º. Logano, que foi muito constante na corrida, chegou em 4º, e Matt Kenseth, que chegou a liderar e permenecer entre os primeiros boa parte da corrida e ainda teve problemas, chegou em 5º. Jeff Gordon, que era muito apontado para a vitória, bateu novamente e abandonou. O destaque da corrida foi Martin Truex Jr., que, sem um carro de ponta, foi constante ao longo da corrida e chegou em 6º.



Las Vegas foi uma corrida menos disputada. Gordon largou na ponta pela segunda vez no ano, mas foi superado no início da prova por Jimmie Johnson, que liderou até perto da 100ª volta, onde começou a ter problemas em sua supensão. Kevin Harvick aproveitou-se desse problema de Johnson e assumiu a ponta. Durante a corrida Harvick chegou a ser ameaçado por Dale Jr., Logano e Martin Truex Jr., mas resistiu a todos esses ataques e venceu com certa tranquilidade. Após mais uma excelente corrida, Martin Truex Jr. chegou em 2º, Ryan Newman fez uma corrida discreta, mas constante e chegou em 3º. Dale Jr. chegou em 4º após um erro de estratégia no final da corrida e Denny Hamlin fechou o Top 5. Brian Vickers, retornando a categoria após uma cirurgia para retirada de coágulos no coração, fez uma boa corrida e chegou em 15º.



Em Phoenix ficou evidente uma leve superioridade de Kevin Harvick, não apenas no circuito mas na categoria. Harvick largou na ponta e liderou poucas voltas até ser superado por Logano. Mais tarde, Keselowski tomou a ponta de Logano e liderou 52 voltas, quando Harvick, de forma dominante, ultrapassou Keselowski e liderou toda a segunda metade da prova e venceu sem dificuldades. Jamie McMurray, Ryan Newman, Kasey Khane e Kurt Busch ficaram a maior parte da corrida entre os 10 primeiros e formaram o Top 5, nessa ordem. Dale Earnhardt Jr., que vinha bem em segundo no campeonato, abandonou devido a um estouro de pneu e uma consequente batida no muro. Com isso, Logano aproveitou-se desse acidente e tomou a vice-liderança do campeonato.



Logano é seguido por Martin Truex Jr. (3º); Kasey Khane (4º); A.J. Allmendinger (5º); Dale Earnhardt Jr (6º); Jimmie Johnson (7º); Ryan Newman (8º); Brad Keselowski (9º) e Matt Kenseth (10º). O líder do campeonato, Kevin Harvick, com essa vitória, está matematicamente classificado para o Chase, e se torna um grande favorito ao título. Alguns grandes pilotos como Carl Edwards, Jeff Gordon, Tony Stewart e Kurt Busch ainda devem subir na tabela de classificação. Esses pilotos apenas começaram mal, mas também são grandes apostas para o Chase. Também é importante lembrar que Kyle Busch pode voltar a qualquer momento, e que pode ameaçar a vaga de alguns pilotos no Chase.

Porém, até agora, não vejo um domínio, mas Kevin Harvick está um pouco a frente dos demais e é a maior ameaça dos adversários. Até agora o que não falta é competitividade. Mas acho que nas próximas corridas, essa vontade de vencer e se garantir no Chase deve aumentar. O campeonato ainda vai esquentar. Fica a expectativa!

Guilherme Jamil

2 comentários:

  1. Show de bola, quer dizer de roda. Bem explicada a competitividade da Nascar, onde os carros são bem parecidos nos motores e acertos mecânicos, ficando a diferença para o braço do piloto.
    Além disso, o formato e o regulamento, com novos alinhamentos a cada relargada, também ajudam a evitar que os carros se distanciem uns dos outros, tendo disputa praticamente em todas as curvas.

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  2. Excelente artigo, novamente! Esclareceu regras, eventos e a corrida. Esta categoria tem grande chance de terminar o ano de 2015 assumindo uma posição de referência no Brasil. Anos atrás, assistir NFL era coisa para meia dúzia de gente que gostava de briga e empurrões. Hoje, lota churrascaria. Acho que a NASCAR, com a queda da F1, que tem pouco espaço para progredir como antes, pode assumir uma posição de destaque, pois é disputada, tem tranco, briga (até física mesmo, corre que lá vem a Danica!!), ultrapassagens, estratégia, tática, volante / braço! Isso todos nós, fãs, gostamos!

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