domingo, 9 de fevereiro de 2014

Fórmula 1 - Por dentro da corrida

A Fórmula 1 é um esporte cheio de detalhes. Cada um deles resulta em uma grande diferença de tempo. Nos treinos livres os pilotos aproveitam o tempo mexendo nas configurações do carro, vendo qual se adapta melhor ao clima, ao circuito e ao carro. Nos treinos livres os pilotos mudam as configurações da aerodinâmica, força descendente, aderência, resistência, pneus, convergência/divergência, motor, câmbio, amortecedores, transmissão, freios, suspensão, equilíbrio e de acordo com essas configurações, elaboram uma estratégia para um melhor desempenho do carro ao longo da corrida.
Como a equipe mexe no carro:
   - Aerodinâmica: a aerodinâmica é como o ar desliza sobre o carro e reduz seu impacto sobre o carro, aumentando sua facilidade e a força descendente. Nos aerofólios traseiros e dianteiros estão localizadas placas laterais que direcionam o ar, aumentando a aerodinâmica. E  abaixo do aerofólio traseiro está localizado o difusor, que acelera o ar jogando o carro para frente.
   - Força descendente: é uma força vertical descendente formada pela aerodinâmica e pela carroceria.
   - Aderência: é como o carro se desloca (gruda no chão) e é também o grau de facilidade do carro efetuar uma curva.
   - Resistência: é a resistência do carro durante a corrida, o tanto que o carro resiste, suporta (de peso, combustível, pneus, motor). Nos treinos livres os pilotos testam a resistência do carro para terem um parâmetro para uma boa estratégia.
   - Pneus: atualmente existem 6 compostos de pneus para os GPs, mas a FIA (Federação Internacional do Automóvel) estipula os 4 compostos a serem utilizados em cada Grande Prêmio (2 de pista seca, o composto intermediário e o composto de chuva). Então basicamente cada GP possui seu composto duro e macio para pista seca. Existem o super-macio, macio, médio e duro para pista seca. Esses tipos de pneus são lisos, proporcionando melhor adrerência do carro em pista seca. A diferença entre eles é que o composto mais macio dura menos tempo, porém é mais veloz. O composto intermediário possui bandas de rodagem que direcionam a água em caso de pista molhada e aumentam a estabilidade do carro nestas circunstâncias climáticas. Em casos de chuva extrema, os compostos utilizados são os pneus de chuva. Eles aumentam mais ainda a estabilidade do carro em caso de temporais. Eles possuem mais bandas de rodagem do que os compostos intermediários e direcionam melhor a água.
   - Convergência/Divergência: é grau de inclinação dos pneus, ajustado para cada Grande Prêmio. Ele é ajustado de acordo com a inclinação e distância da curva e a altura das zebras. A convergência significa que os pnues apontam para o interior do carro e a divergência significa que os pneus apontam para fora do carro.
   -  Motor: para a temporada de 2014, a Fórmula 1 apresentará o novo motor da temporada. O motor passou de v8 para v6, de 2,4 litros em volume para 1,6,  sua duração máxima passou de 2000 para 4000km, as equipes possuiam 8 motores por ano e agora possuem apenas 5, adiquiriu o turbo, a capacidade do tanque de combustível passou de 140 para 100 litros, e o sistema de recuperação de energia passou de 60 kw em 6 segundos para 120 kw em 30 segundos. Para cada corrida os engenheiros cuidam da resistência e da velocidade e testam o melhor tipo de ajuste para cada circuito.
   - Câmbio: dependendo do circuito, se ele possui muitas ou poucas retas, os pilotos podem configurar a caixa de câmbio. Mexendo na troca de marchas, o carro pode ser configurado para atingir uma velocidade maior (para circuitos com muitas e longas retas), porém são mais lentos nas arrancadas, ou podem optar por uma caixa de velocidade mais veloz na arrancada (para circuitos com poucas e curtas retas), porém com uma velocidade máxima menor. O piloto também pode configurara a caixa para achar um equilíbrio do carro entre a aceleração e a velocidade (para circuitos com poucas e longas retas ou muitas e curtas retas).
   - Amortecedores: é configurado junto com a altura do carro. É ajustado para cada circuito também, como os circuitos com curvas muito próximas uma da outra, que exige uma altura mais elevada, pois o carro passará por cima de muitas zebras em muito pouco tempo, como se o carro passasse em muitas lomadas e quando caísse, raspasse o chassi na pista.
   - Transmissão: pode se configurar a potência a distribuição da potência do motor. Pode se configurar transferindo mais potência para as rodas da frente ou de trás de acordo com o circuito e com as configurações de freios, suspensão, aerodinâmica, força descendente e aderência.
   - Freios: o freio também pode ser configurado de acordo com sua distribuição. A configuração do freio depende também do circuito, da potência do motor, do câmbio, aerodinâmica, etc. para se tranferir a potência do freio para frente ou para trás.
   - Suspensão: um carro de fórmula 1 pode ter uma suspensão mais leve (jogo de direção maior) ou mais pesada (jogo de direção menor) dependendo das curvas. Geralmente quando o circuito tem mais curvas ou curvas de baixa velocidade usa - se a suspensão mais leve, e quando as curvas são feitas à uma velocidade mais elevada, usa - se a suspensão pesada. Também pode se ajustar a altura do carro na suspensão, também de acordo com o circuito.
   - Equilíbrio: é o equilíbrio geral do carro. Quando se equilibra o carro, podemos dizer que ele está desenvolvido de acordo com o circuito.
Um piloto hoje precisa ter um excelente preparo físico e uma ótima resistência além de grande concentração.

Assistam à temporada de Fórmula 1 que começa em março na Austrália.

Guilherme Jamil

3 comentários:

  1. Já vi tudo. vai ser engenheiro.
    estou impressionado com o seu conhecimento. parabéns.

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  2. Ehehehe... Engenheiro que "sabe falar e escrever"... Isso dá rock! :) Será que a Red Bull vai andar esse ano? Até agora Williams e Mercedes estão andando bem nos treinos e a RB não está nada legal. Será que "desenvolvem o carro"? E a Ferrari? E a emoção, será que volta?

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