quarta-feira, 17 de maio de 2017

Por dentro do GP - Catalunya

A manhã do dia 14 de maio foi como qualquer manhã de domingo, com muita emoção na pista. O GP de Catalunya manteve a escrita de 2017, e foi palco de mais um duelo entre Vettel e Hamilton, que se mostram os principais concorrentes da temporada.

Nas etapas anteriores, a Mercedes vinha sofrendo com o desgaste excessivo dos pneus e a consequente queda de rendimento em ritmo de corrida. Visando consertar tal deficiência, um novo pacote aerodinâmico foi apresentado para a corrida na Espanha, e o resultado foi exatamente o almejado equilíbrio técnico com a Ferrari durante as 66 voltas do Grande Prêmio.

Os pilotos das duas equipes se alternaram nas 4 primeiras posições no treino classificatório, com Hamilton atingindo a marca de 64 poles positions na carreira. Já na corrida, Vettel tomou a ponta logo na largada, e manteve um ritmo semelhante ao do inglês. A disputa seguiu com um jogo de estratégia bem interessante por parte da Mercedes e uma decisão equivocada da Ferrari - que atrasou a parada de Vettel em 1 volta (logo após o término da bandeira amarela). Como resultado, Vettel perdeu os 8 segundos de vantagem que tinha sobre Hamilton. Houve, então, melhor disputa da corrida, com o inglês prevalecendo e vencendo sua segunda corrida no ano.

Räikkönen e Ricciardo abandonaram após se tocarem na primeira curva e Bottas teve seu motor estourado. O acidente de Räikkönen levou aos prantos o garoto francês Thomas, de 6 anos, que roubou a cena, e teve a chance de conhecer seu ídolo:











Valendo-se tais abandonos, Daniel Ricciardo foi o terceiro (bem distante dos dois primeiros) e a Force Índia conquistou impressionantes quarto e quinto lugares com Pérez e Ocon, respectivamente.
O desempenho surpreendente da equipe indiana e sua crescente ascensão no campeonato de Construtores foram bem destacados pela imprensa, sobretudo a performance do jovem francês Esteban Ocon (que disputa sua primeira temporada completa na categoria e já obteve resultados expressivos e constantes).

Outro destaque foi Pascal Wehrlein, que terminou na oitava posição e conquistou os primeiros 4 pontos a bordo de um limitadíssimo carro como a Sauber. Também foi centro de atenções (levando em consideração o sofrível desempenho geral apresentado pela McLaren até agora). o sétimo colocado no treino classificatório, Fernando Alonso, cujo desempenhou levou ao delírio seus compatriotas nas arquibancadas.

O GP da Espanha contou com disputa acirrada pela primeira colocação; embate direto entre duas equipes, valendo pontos importantes na tabela de classificação; ultrapassagens arriscadas e toques; inteligência no jogo de estratégia. Foi uma corrida bem interessante de se acompanhar, o que finalmente anima o fã de Fórmula 1. Por mais corridas como essas.

Guilherme Jamil

Que subam os giros dos motores!

Era bem esperada a temporada de 2017 da Fórmula 1, já que mudanças no regulamento estavam previstas, originando um clímax intenso para os fãs. Decorridas as 5 primeiras etapas, torna-se possível uma análise comparativa com as temporadas anteriores, sobretudo no que se refere à competitividade, que mais atrai o público.

A principal mudança técnica para esse ano é a alteração das dimensões dos veículos e dos pneus. É uma questão importante a ser analisada, uma vez que se trata de alterações estéticas perfeitamente visíveis para o torcedor, o que o aproxima dos bastidores e possibilita maior conhecimento técnico sobre o esporte, de certa forma. O novo regulamento prevê carros e pneus mais largos, a fim de aumentar a pressão aerodinâmica sobre o monoposto e sua estabilidade nas curvas, proporcionando maior velocidade média na volta. Isso resulta em uma maior pressão (da força G) sobre os pilotos, aumenta a dificuldade de ultrapassagem em linhas gerais e aumentou o equilíbrio técnico entre carros distintos. Portanto, a alteração no regulamento foi, sem dúvida, a mais atraente e comentada.

Nas pistas, o resultado é perceptível: a incontestada Mercedes de 2016 agora sofre pressão constante da Ferrari, gerando o maior duelo do campeonato até agora, entre Vettel e Hamilton. Tal equilíbrio técnico ressaltou a importância da estratégia de pit-stops durante as corridas, visto que o domínio da Mercedes dos anos anteriores os garantia a segurança de estratégias menos arriscadas e mais conservadoras. Como comprovação, duas corridas já foram decididas em ultrapassagens proporcionadas por estratégias adotadas: os GPs de Austrália e Espanha.

É notável a incessante disputa pela primeiras posições (dada a competitividade da Mercedes e Ferrari), com a intensidade desejada pelos fãs. Contudo, a discrepância dos níveis técnicos entre as demais equipes continua absurdamente alta - evidente no baixo número de ultrapassagens e pouca competitividade dos integrantes no pelotão intermediário. Conclui-se que a disputa que todos os espectadores desejam ver (pela ponta), é corriqueira, apesar de ainda um pouco monótonas as corridas. Talvez devesse ser o principal foco da direção da categoria proporcionar maior desenvolvimento técnico das demais equipes, a fim de estimular mais ultrapassagens, profissionalismo e entretenimento.

A perspectiva para a solução do problema do número de ultrapassagens é boa, visto que os comandantes da Fórmula 1 são novas figuras no Paddock: o grupo Liberty Seguros adquiriu os direitos de transmissão das provas da categoria, e um excelente trabalho foi feito até agora, já que o interesse na categoria cresceu com as medidas adotadas pelos dirigentes. Vêm sendo tomadas ações que aproximam o público dos bastidores e aumentam a popularidade da Fórmula 1, como a feita com o jovem francês Thomas (que entrou em prantos quando Räikkönen bateu no último GP, foi identificado pela equipe de transmissão da corrida e foi convidado a conhecer pessoalmente o ídolo).

Realmente é bem interessante a temporada de 2017 e a perspectiva a respeito do futuro do esporte, animadora para os fãs, investidores e pilotos. As mudanças desejadas vêm acontecendo efetivamente. Os fãs finalmente podem esperar ansiosamente pela próxima corrida (GP de Mônaco, dia 28 de maio).

Guilherme Jamil