segunda-feira, 26 de outubro de 2015

NASCAR - Talladega: nada mais é preciso dizer!

Dá gosto de se ver a NASCAR no Chase ou uma corrida em Talladega. O que dizer da mistura dos dois? Pelo Chase de 2015, os 12 remanescentes concorrentes ao título disputavam uma vaga na fase seguinte, para qual apenas os 8 melhores nas três corridas do Contender Round, segunda fase do Chase. Na primeira etapa do Chase, Clint Bowyer e Paul Menard não chegaram a competir efetivamente com os demais pilotos. Kevin Harvick, o atual campeão, teve problemas nas duas primeiras provas dessa fase e dependia de uma vitória para se classificar, vitória essa que veio em Dover, na última etapa da primeira fase, dramatizando um pouco a situação. Jimmie Johnson, talvez o favorito, muito cotado para avançar, teve o eixo traseiro de seu carro quebrado na terceira corrida, o que o forçou a abandonar a prova e implicou na sua eliminação. Jamie McMurray travou um duelo excepcional com Dale Earnhardt Jr. em Dover, chegando a uma situação tão equilibrada que quem chegasse na frente avançaria e o outro seria eliminado. Dale Earnhardt Jr. fez de tudo para permanecer em terceiro, segurando McMurray logo atrás dele, causando muito entretenimento e emoção.

Para o Contender Round seguiram: Joey Logano, Matt Kenseth e Kevin Harvick como favoritos; Carl Edwards, Kyle Busch, Denny Hamlin, Kurt Busch e Martin Truex Jr. cotados para avançar; Dale Earnhardt Jr., Jeff Gordon e Brad Keselowski ainda precisando convencer mais, talvez repetirem todos os três as excelentes temporadas de 2014; Ryan Newman como a grande "zebra". Era este o panorama.

Logo na primeira corrida, em Charlotte, Matt Kenseth toma a ponta e se mostrava muito forte para vencer a prova e avançar à fase seguinte. Mas Kenseth cometeu vários erros, chegou a bater e se perdu na prova e se complicau no Chase. Com isso, Logano e Harvick seguiam como os grandes favoritos, travaram um bom duelo no final da corrida e Logano se prevaleceu e garantia sua vaga na terceira fase do Chase. Dale Earnhardt Jr. também bateu, e ficou muitos pontos atrás, e assim como Kenseth, basicamente apenas uma vitória os interessava. Kyle Busch se envolveu em um estranho acidente com Kyle Larson na entrada de um pit-stop e também se complicou, mas não era nada comparado a situação de Kenseth e Dale Jr..

Kansas foi o palco da segunda corrida e da maior controvérsia do Chase até agora. Logano, já garantido na fase seguinte, crescia na corrida e chegou nas voltas finais em Kenseth, que liderara boa parte da corrida e seguia quase imbatível para cumprir seu objetivo e conquistar a vitória que lhe interessava, até perder um pouco de rendimento no final. Mas a cinco voltas do fim, Kenseth fecha Logano muito em cima da hora, os dois se tocam, Kenseth roda e perde a corrida, se complicando ainda mais. Logano acaba vencendo a segunda corrida e Kyle Busch se recupera um pouco, fazendo uma constante e boa corrida. Seguiu então o panorama para Talladega: Logano já classificado; Carl Edwards, Kurt Busch, Kevin Harvick, Denny Hamlin e Martin Truex Jr. em uma situação bem favorável; Jeff Gordon e Brad Keselowski relativamente tranquilos, mas não tinham espaço para erros; Kyle Busch e Ryan Newman dependiam de um bom resultado, mas nada desesperador; Matt Kenseth e Dale Earnhardt Jr. disputando apenas para vencer, já que nenhum outro resultado os garantiria na fase seguinte.

Chega então a temida, decisiva e eletrizante Talladega. Uma corrida que deu motivos para ser temida para quem disputa o Chase: apenas Logano, já classificado, Kurt Busch, Gordon e Keselowski não ficaram em situações de grande risco. Ryan Newman não conseguiu se manter constante e foi eliminado. Matt Kenseth, desesperadamente atrás de uma vitória, não se mostrou muito capaz de disputar efetivamente pela ponta. Acabou batendo no final também foi eliminado. Denny Hamlin foi a grande surpresa, já que seria eliminado apenas com um resultado catastrófico, quebrou o flap traseiro de seu carro e foi obrigado a parar várias vezes nos boxes para consertá-lo. Duas voltas atrás dos líderes, Hamlin ficou impossibilitado de tentar reagir de qualquer maneira, o que culminou em sua eliminação. Dale Earnhardt Jr., diferentemente de Kenseth, disputou efetivamente a ponta, chegou a ter problemas nos boxes, mas se recuperou e terminou em segundo, demonstrando muita vontade e fazendo uma prova excepcional, mas não foi o suficiente. Martin Truex Jr. chegou a ficar uma volta atrás após se distanciar do pelotão, vivendo um drama, encerrado assim que houve a primeira bandeira amarela e o piloto do 78 se recuperou espetacularmente. Kyle Busch e Kevin Harvick também viveram um drama no final, após perderem rendimento e, caso Dale Jr. vencesse a prova, essa seria a disputa pela última vaga. Carl Edwards terminou tranquilo e, analisando apenas a tabela do campeonato, não teve maiores dificuldades. Mas Carl chegou a andar na parte de trás do pelotão, vivendo também um drama, desapontando toda a Joe Gibbs, que em determinado momento poderia ter os quatro carros eliminados.

Apesar da eliminação precoce de Matt Kenseth, o campeonato vai seguir emocionante. Em sua última temporada, Jeff Gordon pareceu evoluir quando se tratou do Chase nessa temporada e Brad Keselowski também se mostra mais competitivo ultimamente. Joey Logano e Kevin Harvick vêm fazendo provas à parte, fora de série e Martin Truex Jr., Kurt Busch e Carl Edwards vêm sendo constantes e serão eles a "roubar" eventuais vagas de bons pilotos que cometerem um único erro que seja, e Kyle Busch, com já fez essa temporada, pode surgir e vencer uma sequência de provas e desbancar a todos que necessitarem de uma vitória. O que valerá será a disputa, a emoção nas próximas três provas para que fiquem conhecidos os quatro finalistas para Homestead. Sim, o Chase perdeu muito com as precoces eliminações de Johnson e Kenseth, mas os oito pilotos que ainda disputam a cobiçada taça não estão aonde estão sem motivos.

Logano vai sim entrar como favorito e deve sentir uma pressão maior que os demais. O panorama mudou novamente, a equipe Penske é agora a mais constante e impressionante, ao passo que o grande ímpeto da Joe Gibbs Racing, após a fantástica sequência de 9 vitórias em 11 corridas, diminuiu e as equipes da Chevrolet, com destaque para Hendrick Motorsports e Stewart-Haas, seguem em um jejum de vitórias surpreendente, com apenas uma nas últimas quinze etapas. Martin Truex Jr. também diminuiu seu ímpeto inicial, não tendo feito uma boa segunda metade da temporada antes do Chase, relaxando um pouco após sua classificação, mas é mais regular desde o início da fase decisiva, e Kevin Harvick, imbatível na fase antes do Chase, muito regular e constante, ficou de fora do seleto grupo dos 10 primeiros por apenas oito vezes na temporada, mas por quatro das seis corridas no Chase. Mesmo correndo bem, Harvick necessita de mais regularidade, já que teve de enfrentar eventuais incidentes como a batida em Chicago após o furo de pneu, a falta de combustível em New Hampshire, já que teve que fazer de tudo para vencer, ou como o problema no motor em Talladega, que poderia tê-lo deixado de fora dessa terceira fase do Chase. Mas quando foi pressionado e precisava da vitória a qualquer custo, Harvick se mostrou inteiro, e dominou as corridas de New Hampshire e Dover.

O que se pode esperar da NASCAR é: restam oito pilotos que farão de tudo para levar o troféu, que promoverão o espetáculo, que farão as próximas quatro provas pegarem fogo, que farão o possível para aposentar em alto estilo,

ou levar o primeiro cobiçado e merecido caneco,

 


ou tentarão voltar aos principais holofotes desde seu primeiro triunfo,


ou tentarão defender o posto de atual campeão que ainda lhe pertence.


Oito pilotos que farão o Chase!


Guilherme Jamil

sábado, 10 de outubro de 2015

NFL - Panorama AFC: Bom?

Uma temporada que promete. Novamente, a NFL não decepciona os fãs pela qualidade e pelo equilíbrio. O panorama então é ótimo, o que eleva as expectativas. Tratando-se da conferência americana (AFC), observa-se uma inferioridade em relação aos times da conferência nacional (NFC). Entretanto, há de ser considerado a evolução e ascensão de muitos times da AFC, que podem alterar um pouco as vagas nos playoffs em relação à temporada anterior.

A AFC East é uma divisão muito bem cotada para essa temporada. Porém, o Miami Dolphins não começou o campeonato como muitos esperavam. A evolução esperada do time até agora não deu resultados e seus jogos foram medíocres. Enquanto isso, New York Jets, renovado, e o Buffalo Bills, completamente invoado, com a chegada do novo treinador Rex Ryan, do running back LeSean McCoy e de um quarterback inexperiente como titular, Tyrod Taylor, o time se acertou e segue forte e bem encaminhado para os playoffs. O New England Patriots segue fascinante. Tom Brady tem como único obstáculo a estúpida imprensa, que fez especulações sobre seu casamento e o episódio do deflategate, pois dentro de campo estabelece seu ataque como um dos melhores da liga e, talvez, o favorito para chegar ao Super Bowl 50.

Na divisão seguinte, a AFC South segue parecida com a do ano passado. Tentando mudar a situação de incompetência dos últimos quatro anos, o Cincinnati Bengals começa a temporada muito bem equilibrado e constante, diferente das temporadas anteriores, quando o time foi bem na temporada regular e perdeu no primeiro jogo dos playoffs. Em segundo lugar vem o Pittsburgh Steelers com um ataque fulminante e uma defesa que deixa a desejar, parecido com o time da temporada passada. O time, porém tem um desafio a mais: enfrentar os próximos cinco jogos com seu quarterback reserva, Michael Vick, visto que o bi-campeão Ben Roethlisberger é desfalque devido a mais uma lesão no joelho. O Baltimore Ravens segue com os mesmos problemas da temporada passada: falta de recebedores e uma secundária incapaz e ineficiente. As contusões afetarão os Ravens também, o que abre caminho para os Bengals seguirem como favoritos. O Cleveland Browns é um time que viveu um momento de grande ascensão na última temporada, quando teve chance de ir aos playoffs mas a reta final da temporada foi trágica. Esta temporada, Johnny Manziel tem que convencer a todos muito mais do que tinha que fazê-lo anteriormente, mas não é o que vem acontecendo e o time não segue promissor.

Pode-se se considerar a divisão AFC South a pior da liga. O Tennessee Titans, segundo pior time da liga em 2014, conta agora com o novato quarterback Marcus Mariota, que vem impressionando e se mostra capaz de liderar o time rumo aos playoffs, ainda que com uma campanha não muito boa. O Jacksonville Jaguars vive um drama na escalação há muito tempo e o time não consegue terminar a temporada com uma campanha minimamente decente desde alguns anos. Nos quatro primeiros jogos o ataque é o segundo pior em pontos feitos e a defesa é a nona pior em pontos cedidos. Por mais um ano a situação não será muito boa na cidade do norte da Flórida e o panorama não muda, o que mais impressiona. O Houston Texans tem um ataque muito produtivo, mas que não converte a produção em pontos. O time ainda sofre com seu quarterback Brian Hoyer e o time é o sexto pior em pontos cedidos e o pior no diferencial de turnovers (bolas perdidas - bolas recuperadas). Portanto, um time que se mostrou vulnerável no último ano, tanto na defesa, de jogadores mais velhos e menos velozes, quanto no ataque, com recievers ruins, que chamam a atenção pelo número de passes não recebidos, drops, o Indianapolis Colts é cotado como favorito. Não seria uma surpresa se o vencedor dessa divisão se classificasse para os playoffs com uma campanha de 8-8 ou negativa, como também não se espera um avanço muito grande de nenhum desses quatro times na fase decisiva do campeonato.

A divisão AFC West é uma divisão que ascendia, prometia, quando começou a perder desempnho na reta final da temporada passada. Kansas City Chiefs conta com uma desastrosa defesa nessa temporada, cedendo uma média de 31,3 pontos por jogo e Alex Smith também não vem convencendo muito novamente (vale lembrar que os wide recievers dos Chiefs não anotaram sequer um touchdown aéreo na última temporada da NFL). Os Chargers também cedem muitos pontos por jogo: uma desastrosa marca de 27,2 pontos por jogo, mas contam com o quarterback Philip Rivers, que completou 70,7% dos passes e lidera a NFL em jardas aéreas (com 1248) para tentar disputar os playoffs. Chama a atenção o ataque aéreo dos Raiders, que evoluíram com Amari Cooper e Derek Carr, que é o décimo em jardas por jogo. Mas a defesa cedeu uma média de 403 jardas por jogo nas quatro primeiras semanas, o que inviabiliza a disputa por uma vaga na fase final. Segue, portanto, favorito o Denver Broncos, que possui um pass rush aniquilador. O time é completo, mas Peyton Manning já sente a pressão dos anos nas costas e pode comprometer um pouco a temporada do time de Denver.

O panorama pode ainda mudar um pouco, mas os favoritos têm como principal adversário os melhores da NFC. Afinal, a disputa final é o Super Bowl. Que venha ainda muita surpresa e emoção nessa conferência!

Guilherme Jamil